quarta-feira, 6 de abril de 2016

Porque corres José...?





Sentia a sua distração nas palavras que não dizia, nas vontades esmorecidas, na voz arrefecida. Tudo tivera seu tempo, agora nada avivava o seu querer, procurava outros olhos para se mover, para encontrar nova direcção. Escondia-se, na artificialidade, da circunstância, omitia quanto podia, o facto, é que já nada restava, a indiferença soava num eco repetitivo e desinteressante.
Não basta sugerir, não basta dizer, não basta dar, porque tudo cai por esse abismo, repetitivo, de tudo se justificar para que nada se permita acontecer. “Porque corres José?”

dc



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