terça-feira, 31 de maio de 2016

NOITE, última




Nem sempre a noite tem o breu das emoções, nem sempre é a alegria de alguns.. Usamos a noite como lugar de choro, pela privacidade que nos confere, ou como noctívagos que se arrastam pelas ruas entre cigarros e bebida, num eternizar de perguntas e respostas que não temos, ou ainda, colados às sombras, passando despercebidos, agarrando o seu silêncio e cantarolamos as nossas mensagens subliminares, na procura da audição algures em outro lugar. Na noite damos lugar ao Fado, às emoções, às realidades da vida feitas na claridade dos dias.
Há coisas que são acontecimento na noite, que superam a agressividade do lobisomem, em noite de lua cheia, O foguetório e seu estrelejar em celebração, ou festa de alegria e sucesso, baile de rua, A noite refúgio dos amantes que se possuem na semiobscuridade rente às paredes, das vielas difusas da toponímia da cidade. Para alguns a noite só tem uma voz que fecha o dia, como um ponto e vírgula da sua existência, lembrança de que não são prioridade, deixando-os no abrigo da soleira da porta, ou lugar ermo consumidos  pela solidão.

Enquanto isso o gato, amigo do sol e da noite, indiferente à mundanice, no correr dos telhados procura resposta aos seus miados, Quando não, arranha suavemente a porta entreaberta do quarto de seu dono, esperando não ser censurado, no seu entrar, indo ao encontro da caricia e prazer de ronronar na cama.
dc

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