terça-feira, 12 de julho de 2016

"Reset"





Apagam-se os números de telefone, escondem-se as imagens, e as coisas partilhadas, sopramos para o ar, enchemos o cérebro de tralhas para que o pensamento se afaste, passeamos, mudamos de restaurante, enfim pretendemos esquecer e, de repente, abrimos um livro e... como se recuperássemos o disco dum computador, tudo surge da memória, um nervoso miudinho se instala enchendo os olhos, trazendo tudo à superfície, Nada do que foi zanga e tudo o que era diferença, se esgotou. Só vemos o sorriso, sentimos o cheiro, o corte do cabelo, o brilho e a cor dos olhos, o corpo e suas diferentes dimensões, e uma inesgotável referência às emoções... o calor das caricias, os beijos, os prazeres descobertos, tudo se desenha novamente perante nós... será que vale a pena apagar definitivamente o disco, ou será que o reset foi o sinal de que ainda está dentro do prazo, ou nada finda só por si...

dc

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