terça-feira, 1 de agosto de 2017

E tu aí...




.... longe sem tempo para viver a oferta única, do hoje que tens, hesitante, vivendo uma vida desbotada, rotineira, temendo mais do que vivendo, jogando no tabuleiro das obrigações de circunstância e no trabalho imposto em idade de descanso.
Sim, eu prefiro, eu quero sentar-me neste silêncio que adivinho.
Sim, quero sentir a ancestralidade do lugar, agarrar os cheiros que me envolvem.
Sim, quero olhar o horizonte que me trás o sol que preciso, os prados que me acalmam.
Sim, quero reavivar memórias, que trazem vivências, rostos familiares, corpos amados.
Sim, lembrar as mesas, onde a comida servia de pretexto para juntarmos em conversas vivas, em gargalhadas sonoras em olhares doces, condescendentes amorosos.
Sim, quero ler dos amores, dos dias de felicidade, das corridas contra a brisa que me chega, com os sonoros cantares dos pássaros.
Sim, é só uma imagem que me trouxe, colada a si, os cheiros da terra, o ruído dos pássaros, as vozes sentidas, as conversas, a nostalgia de que o tempo nos escorre pelos dedos e tanto há para viver.


dc

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