sábado, 10 de fevereiro de 2018

A vida não é um Carnaval





De que vale a vida se não tens sonhos
De que vale a vida se os teus dias são bisonhos
De que vale a vida se a dor sempre é presente
De que vale a vida se a tua alma não sente
De que vale a vida se não sabes o quanto é bela
De que vale a vida se não dás pelo calor dela
De que vale a vida se o amor não te aconchega
De que vale a vida se não te perdes por quem amas
De que vale a vida se a tua existência se apequena

Nas interrogações que tornas presentes
Nas emoções que todos os dias sentes
Nas palavras que escreves no diário
Nas frases que compões sem dicionário
Nas horas que deixas correr pelos dias
Nas ausências que descreves sem alegrias
Nas vivências que sentes cheias de vazio
Nas noites em que adentra em ti o frio
Nas mentiras em que te escondes
Nas verdades que te trazem a dor e o medo
Nas realidades a que te fechas como dum segredo

E se te agarrasses ao tempo que te foi dado
E se te prendesses à vida mesmo que abandonado?
E te deixasses de lamúrias e te descobrisses
E te deixasses de apego a esse amor acabado?
E se caminhasses nesse novo percurso sem bússola
E se deixasses que o norte te encontrasse?
Talvez a paz dentro de ti entrasse e a dor acabasse

A vida não é um Carnaval de música e galhofa
A vida não tem fatos feitos à tua medida
A vida flui e umas vezes ela de ti mofa
Outras vezes ela só pede para ser vivida


dc  

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