...partir tem a despedida, a
marcação na pele, as horas, a saudade, o tempo de regresso, o recomeço, ou não,
o ponto final, o anseio de chegada ao outro lado, o regresso se encontrada
razão, o medo de perder, as memórias, as noites de insónia, o verão o inverno,
o inferno. Nunca sabemos bem, se fizemos o melhor, perante o que vem a seguir,
as dúvidas acentuam-se, acrescentam mais pensamentos, imagens, discussões reais
e imaginárias, razões e não conformidades. No calor dos acontecimentos reagimos, só
reagimos, se analisássemos seria sobre a pressão do acontecido e não teríamos o
discernimento para o fazer melhor opção. Sabemos que uns tempos depois surgem
os arrependimentos, já não se avalia a verdade, são a solidão e o silêncio, a criarem-nos
a conivência e conveniência de aceitarmos tudo, para acabar com aquela
incerteza e vazio. Na realidade só o passar dos anos, muitos ou poucos,
acompanhados pelo esquecimento que se vai plantando, permitirão a verdadeira
consciência do momento, talvez uma leitura aproximada dos factos. Ainda assim
com tudo isso, vou pela noite dentro procurando o aconchego das tuas mãos. No
sonho, fico perdida nos teus lábios, quando acordo, o corpo suado do pesadelo
da tua ausência.
A sala permanece silenciosa, nas paredes os quadros com pinturas e fotografias, e algumas centenas de livros, são a única companhia.
A sala permanece silenciosa, nas paredes os quadros com pinturas e fotografias, e algumas centenas de livros, são a única companhia.
Na rua, os foliões dançam e
pulam, é S.João. Ela só vê o alcatrão negro da rua que demarca o edifício, o
resto é só ruído.
dc
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