É sua sina, correr contra o
tempo. Todos os dias tenta finta-lo, nessa tarefa difícil de se manter à tona,
nesse riacho, sujo e descomandado, da sociedade onde habita, das emoções que a
arrastam deixando-a sem forças para ir contra a corrente ou encontrar margem de
sobrevivência. Encurta-se a existência e aumenta a dolorosa percepção, de que
cada vez é mais complicado, superar a irascibilidade que isso comporta na sua
relação para com os outros. O que fazer para desenhar novos objectivos que
satisfaçam as diferentes questões e que a afectam no seu comportamento com o
ambiente social em que interage?
Como gosta de fazer, seus pés
percorrem o areal a perder de vista, o vai e vem da água do mar é a sua
companhia, enquanto vai pensando: os lamentos pouco me servem, tenho é de
enfrentar os dias, procurando a qualidade do presente e, se necessário, tanto partindo
a louça como beijando o sol e a lua.
dc
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