Sim, porque não se espanta pela sua espera, tão longa, dura e vazia? Que
fazer para que acredite nela, como uma espécie de celibato assumido, como um
retiro onde deixa que a vida decorra, em meditação e memória, até que se torne a
realidade que a fez esperar. Às vezes, senta-se no sofá e tenta fazer uma
espécie de apneia para se sentir sufocar, procura através dessa sensação de
limite, que algo de inesperado aconteça que a ajude a descobrir a resposta se
vale a pena, ou não, continuar nesta espera. Desta vez, não correu ao encontro
da aventura, arduamente ocupou, com o trabalho, o cérebro e o físico, e nos
descansos ficou-se pelo silêncio cuidado, pelas leituras várias, pelas
caminhadas longas na areia do mar, pelo horizonte e seu pôr do sol desenhado
naquele tapete verde, onde encontra a companhia das suas reflexões. Escreve
vezes sem conta, com tinta invisível, com medo que leiam o seu segredo, porque
não tem a certeza de que se a mensagem se revelar, terá a resposta que espera.
dc
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