Aqui só, sentada, na penumbra o silêncio e eu
formamos o enquadramento necessário, para dar azo a imaginação, analisando e
construindo projectos. Não existe calor nem frio, nem chuva ou sol, nem a brisa
se sente, mesmo com as coxas desnudas. A percepção do corpo é mais nítida, a
urgência de ti é maior e o diálogo abstracto vai procurando perguntas e
respostas, sugestões e soluções, que mitiguem as razões da ausência, a
distância que existe, o abraço que não chega e o cheiro das flores não surge
anunciando a Primavera possível. O pensamento vai mais longe, do que este lugar
onde me encontro, e vai-me mantendo no fio da navalha entre o estar ou partir.
dc
Sem comentários:
Enviar um comentário