quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Folha...

...solitária, aguardando a última sopro que a afaste da seiva, já exígua, que rega as suas veias. Suspensa, espera, seja ele ocaso, ou o amanhecer. Inevitavelmente tombará, no chão ninguém irá reparar dos tempos idos em que enfeitava com a sua beleza o nosso espaço envolvente. Será pisada por todos, uns pela necessidade de seu caminhar pelas ruas, outros pelo prazer de sentir o pisar com a sola do sapato. Nos casos mais comuns, ficará fazendo a cobertura do solo das cidades entupindo esgotos e nos campos ajudando a guardar as águas do céu e adubando as terras, para o renascer futuro. A árvore desnuda chorará a sua partida e durante um tempo de espera ficará de braços levantados pedindo ao céu o regresso de uma nova roupagem.

 

dc

 

Sem comentários:

Enviar um comentário