Sonhava-lhe a boca, como os dedos flutuando sobre o corpo, causando o erótico subversivo. Olhava-a no fundo dos olhos e devassa-lhe o desejo, adentrando pelos interstícios e reentrâncias, no espanto da descoberta. O corpo tem uma morfologia própria e um odor que o faz um ser único. Essa identidade, que o transforma num ser apetecível à osmose, à sintonia que seduz quem vê, sente e cheira e o distingue entre os outros e cria memórias eternas. Assim reflectia e apurava os sentidos, olhando para além de mim, esperando que chegasse, focado no horizonte longínquo de fim de tarde, mitigando a saudade.
dc
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