segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Dança em desenhos de amor


 

Movem-se nas areias movediças dos corpos, fogem chegando, enovelam-se, a superfície da pele é a referência de cada instante que se segue. Os limites do corpo, estão nas polpas dos dedos das mãos e dos seus pés. Chão, é o suporte que os agarra naquele seu deslizar de penas levadas pela brisa. Languescentes, os corpos obedecem às notas, a configuração vai fluindo, tudo em círculos quase perfeitos e movimentos voláteis. A sensualidade é dança em desenhos de amor, formato de apaixonados, movimentos em frases feitas de mãos, enquanto os corpos se movem como respiram. Sente-se uma tensão, entre fuga e chegada, tristeza e alegria, num crescente de emoções que seguem o seu ritmo, a entrega é total até surgir ofegante, o êxtase. O mundo reduz-se, volatiliza-se, só existe a segurança de quem abraça. A osmose é perfeita, cai o corpo sem tocar o chão, a bolha de ar etérea, é feita da energia dos braços que o envolvem. Assim vão, naquele ritmo de loucura, onde o amor à dança, faz acreditar que há algo mais além que vale a pena. A serenidade regressa e o sorriso aflora como um suspiro de prazer.

dc

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