Movem-se nas areias movediças
dos corpos, fogem chegando, enovelam-se, a superfície da pele é a referência de
cada instante que se segue. Os limites do corpo, estão nas polpas dos dedos das
mãos e dos seus pés. Chão, é o suporte que os agarra naquele seu deslizar de
penas levadas pela brisa. Languescentes, os corpos obedecem às notas, a
configuração vai fluindo, tudo em círculos quase perfeitos e movimentos
voláteis. A sensualidade é dança em desenhos de amor, formato de apaixonados,
movimentos em frases feitas de mãos, enquanto os corpos se movem como respiram.
Sente-se uma tensão, entre fuga e chegada, tristeza e alegria, num crescente de
emoções que seguem o seu ritmo, a entrega é total até surgir ofegante, o êxtase.
O mundo reduz-se, volatiliza-se, só existe a segurança de quem abraça. A osmose
é perfeita, cai o corpo sem tocar o chão, a bolha de ar etérea, é feita da
energia dos braços que o envolvem. Assim vão, naquele ritmo de loucura, onde o
amor à dança, faz acreditar que há algo mais além que vale a pena. A serenidade
regressa e o sorriso aflora como um suspiro de prazer.
dc
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