segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Amar (n)a natureza


O outono, caminhava a passos largos ao nosso encontro, recebia-nos com a sua chuva de folhas, que caíam sobre a terra húmida, coberta de ervas e musgo. Aquela mesa de madeira, com os seus bancos corridos, sabiamente colocada no espaço, era um convite, para permanecer e observar toda aquela riqueza visual, aguardando a tua chegada. Tinha tudo o necessário para nos preenchermos, com a sua diversidade de aromas, formas, cores, momentos de luz e sombra, duma floresta inexplorada e os seus viventes. Era o local ideal para um piquenique amoroso, condimentado de natureza. Aguardava-te ansiosamente, para partilhar o prazer de, usufruir tudo, contigo nos meus braços; sentir por inteiro o teu corpo adoçando as formas, para se encaixar no meu, os teus cabelos roçando-me os lábios e trazendo o teu perfume, perturbando-me o discernimento dos sentidos. Depois… depois deixaríamos que as nossas mãos irrequietas, se tornassem vivas, para ir mais longe, destruindo barreiras, primando o amor nos seus direitos e libertar as bocas seladas de beijos, para irem ao encontro de outros lugares, sabores e saberes. Duas naturezas irmãs se cumpririam, trazendo-lhes a calma à mente e ao corpo, enquanto a origem da vida se instalaria dentro de si.

 

dc


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