sexta-feira, 24 de junho de 2022

Meia palavra basta

Somos seres insatisfeitos. Quando atingimos um objectivo, para o qual lutamos tempo infindo, não temos capacidade para o viver, retro alimentar, sustentar, para que não seja descartado à primeira contrariedade. O objecto de desejo, após satisfeito, logo perde importância e partimos para outro, esquecendo que é necessário entender a dialéctica subjacente ao relacionamento humano. Os relacionamentos e as vivências são construidos com altos e baixos, com vitórias e derrotas, com emoções negativas e positivas, e, periodicamente, no surgir de momentos criativos, felizes, bordados de alegria e bem-estar. Necessário é, entender que a vida não é um mar de rosas, antes uma rede de acontecimentos, onde é preciso ter paciência, para enfrentar a queda, força para se reerguer e retomar o caminho, mesmo que os joelhos ainda estejam esmurrados e a escorrer sangue. Não há lugar para a lamecha, ou perda de tempo. É urgente saber coser com sabedoria, os rasgões, alisar o tecido comum que nos une, e vestirmos um novo fato, mais elástico, mais resistente e mais sólido. Para bom entendedor, meia palavra basta.

 

dc


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