sábado, 9 de dezembro de 2023

Escrevi-lhe..

Escrevi-lhe uma carta, apaixonada, romântica, possivelmente cheia de lugares-comuns, como se escreve, em amores tão simples, nas pessoas que só amam. Não obtive resposta. Esperei tempos infinitos, e depois abandonei-me em pensamentos desordenados, sem encontrar um fio condutor. Desde sempre estranhara, que depois daquela noite, qual o tipo de dúvidas lhe terão surgido, que a levassem a afastar-se no dia seguinte, sem qualquer explicação.
Fiquei sem respostas, a carta procurava lembrar, revelar a mágoa que ficara, e como o  orgulho mumificara o gesto possível, de se questionar. Na minha mente a chave continuava pendurada na porta...
Hoje mesmo acordei pensando na mesma questão. Muitas dúvidas mais surgiram. Será que eu escrevi mesmo a carta e a cheguei a enviar? Será que o remetente e o nome estavam certos? Já recomeçou outra vida? Tudo desculpas por temer que a resposta pudesse chegar, ou na realidade, temia que a razão da ausência de resposta há muito se encontrava dentro de mim. Recomecei a escrever, uma outra carta, que se me dirigia, esta agora, como catarse possível de tal apego


dc


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