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domingo, 3 de julho de 2016

REnascer





Hoje ela acordou-o de mansinho, com dedos suaves e lábios quentes, gozou do seu corpo, com o calor e luz brilhante que se exibia neste madrugar do dia.
Tem dias assim, em que algo de especial acontece, recebemos mais do que a rotina, somos a prioridade que entendemos merecer. Foi delicioso sentir o seu toque, que lhe tirou a ruga do sobrolho, o fez caminhar pelas ruas com um sorriso colado nos lábios, tudo observando com alegria e prazer. O céu azul matizado, de onde em onde, de manchas brancas muito leves, surgia ao seu olhar como se fosse a primeira vez que o via, Os edifícios, os diferentes verdes da vegetação dos jardins, as pessoas a sorrir, tudo parecia transmitir uma mensagem de paz, confiança alegria e vontade de existir. Sim, vontade de existir, coisa rara nestes dias conturbados de um crise que nos afasta de um viver mais alegre que todos merecemos.
Caminhar, ginásio, banho tudo feito num ritmo adequado sem pressas nem molezas, o quanto baste, aproximando a hora de almoço que um convite gentil o parabenizava.
Um almoço num ambiente e companhia bem agradável, de ementa simples, a condizer com a mesma simplicidade do estado de graça, com que o dia o começara a premiar.
Um pouco mais tarde, já caminhando no Parque da Cidade, após o repasto prazeroso e amena cavaqueira, continuava a afluir ao seu pensamento, o quanto fora privilegiado por algo que tanta gente gostaria obter. Ter sido beijado e tocado por ela, no alvar do dia, como nunca o fora.  Senhora de nariz levantado, difícil de ceder um pouco de si, dera-lhe a prioridade e lhe fez saber que também tinha direito a que acontecesse. Ela que tantas vezes solicitada, raro correspondia e lhe fizera sentir na pele a sua ausência.
O dia foi-se aproximando do fim, sem que as surpresas simples deixassem de acontecer. O neto e seus pais, fizeram questão de o ter na sua companhia ao jantar, oferecendo-lhe a sobremesa adequada ao momento.
Hoje sentira-se bafejado como nunca, pelo hálito límpido e agradável que nos trás esse sentimento raro, a que se chama Felicidade.

dc.
27JUN2016



sexta-feira, 8 de abril de 2016

APARÊNCIAS




A beleza já gasta pelas marcas do tempo, continuava sendo retocada, Tapava os olhos, com óculos escuros e grandes, para que se não vissem as rugas, ou as preocupações, Vestia roupas menos luxuosas, mas bem combinadas, circulava pé ante pé, mantendo a pose, o ar altivo, como se ainda o motorista a esperasse na porta da residência, no cabeleireiro a hora marcada, ou até o chá das cinco continuasse nos seu hábitos, Manter rotinas, dissimulando o parco bolso que restou de um divórcio mal resolvido, era o essencial para que se caracterizasse, não como grande senhora, para isso tem de se ter berço, mais como alguém que subiu uma escada que teima em não descer, mesmo quando no topo já nada existe. Assim vai sobrevivendo, com aparente dignidade, impede que alguém questione, se é mentira ou verdade que o carapau que compra, não é para ela é para o gato.


dc





sexta-feira, 11 de março de 2016

Perdi o beijo do teu olhar





Perdi o beijo do teu olhar, o calor na tua voz, a doçura nas palavras, a aproximação do teu corpo me encantando. Vais deslizando para outras paisagens, procurando retiro para o teu pensamento. Deixaste de lutar pelo sonho, perdeste a coragem que só o medo nos dá. Agarras-te às certezas, ficas no monocórdico existir, gozando, às escondidas, intimidades que te mantém de pé na vida, para que não te percas agarrando o momento...o agora, vais lentamente criando uma névoa que te impede de decidir, ou de saberes a importância do que o outro tem no teu sentir. É pena que assim seja, o sonho é aquilo que ainda resta e sustenta o objectivo que queremos e lutamos para realizar, É pena que tenhas desistido ainda tão cedo, quando só de ti dependia para se concretizar.
Quando a vontade é muita, metade está feito. Porquê desistir?

dc

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Pensamentos traiçoeiros




Os pensamentos, abstracções que subtraímos da realidade, isolados numa gaiola, a nossa cabeça... Às vezes se manifestam para o exterior, num sorriso, num olhar com o brilho das  emoções, num gesto... Para quem, de fora, nos observa pensando, torna-se difícil descobrir de facto o que neles se cogita, o que os alimenta, qual a prioridade das suas escolhas... Somente estão lá, isolados, sem tempo limite, com escala de gradação própria, sem palavras visíveis, perdidos nas inter-relações que se geram, nos sentimentos, nos factos, nas preocupações. Eles ocorrem... Saltitam, esvoaçam pelo mais recôndito de nós... Quantas vezes a nossa introspecção é tão profunda, que os pensamentos se fazem presentes, levando-nos a cometer actos irreflectidos, gestos não pensados...E quando nos apercebemos, já está feito... Uma  letra... Um número... Uma frase... Um gesto e acontece, só quando ouvimos o eco que nos chega, como resposta... Quando a voz que entra no ar nos faz acordar de espanto, ao fazer-se presente é que tomamos consciência de que transformamos um pensamento em realidade, e aí descobrimos que muitas coisas, que julgávamos resolvidas, afloram novamente vivas e dolorosas.
Há dias que não devíamos pensar, ou então devíamos fechar a gaiola a sete chaves...
dc

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

PENSEROS




A boca se mexia
Num vai e vem
Deliciado
Ele se encantava
No seu ventre rosado

Ela lambia
E a boca arredondava
E ele absorvia
A frescura do ventre
Molhado...e gostava

Nela o brilho nos olhos
Do prazer que findava
Ele todo se perdia
E mais se deliciava
Na boca que se mexia

Quando o creme escorria
Ela com o dedo limpava
E quanto mais ela fazia
Mais ele gostava
Do prazer que sentia

Ela do êxtase suspendia
O gelado que lambia
Ele se repousava
Exausto de comer
Toda aquela melancia

Ambos com alegria
A sesta foram fazer
(Até ao findar o dia)
E nela usufruírem
Dum outro amor e prazer

dc

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Segredo entre lábios



Quando os lábios se misturam, nesse beijar de bocas inquietas, de línguas conversando, de sabores se cruzando, tudo em nós se altera, deixando-nos a mente vazia, o sangue afluindo à superfície da pele, e o coração se acelerando em desejos e emoções que as palavras escasseiam no descrever.
Como se explica a maciez dos lábios, uns se encontrando nos outros, o calor que emanam, a mordida leve, a sofreguidão e ansiedade na procura, querendo, cada boca, saber da conversa invisível que ali acontece. Comportam-se como invisuais, tacteando na descoberta, querendo memorizar a existências dos contornos e prender os sabores no temido findar. Não existe ampulheta, mecanismo que estabeleça o tempo, nem quando finda. Sabe-se, por vezes, as bocas são atrevidas, se afastam percorrendo caminhos mais alargados, indo mais fundo, surpreendendo-nos nessas outras experiências, no entanto regressam sempre ao princípio, nesse selar de amor e paixões que ficam no segredo entre lábios.

dc

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Tantas vezes a paixão...


....... se arrasta pela sola dos pés.
Tantas vezes se perde o chão, nessa confusão, que se chama paixão.
Pinta-se tudo de vermelho, desenham-se corações com nomes atravessados e frases cheias de promessas. Uma ausência de minutos transforma-se em angústia, em espera agitada, Um olhar atravessado, com outro cruzado, trazem a insegurança e com ela os ciúmes. Ouvem-se músicas com vozes que arrepiam a pele, deixam o coração apertado, lembram o beijo nos lábios pousado, o corpo abraçado e também as dores da alma, os amores perdidos, as traições...
Quando da paixão se diz, ser razão de vida para realizar um projecto, corre-se o risco de transformar a vida num lugar sem saída, ou no deserto, com morte garantida....

dc



quarta-feira, 13 de maio de 2015

Estava tão enamorado....



...... que para ela escreveu:

"Tu és a agulha, que encontrei no palheiro das minhas escolhas, Todos os dias coses os tecidos da minha alma, alinhavas a minha esperança e me picas as pontas do dedos para me lembrares que estou vivo e sou parte de ti."


dc



sábado, 9 de maio de 2015

Começar de novo ....



A vida marca teu rosto com as sombras inesperadas da espera.
Partiu, sem palavras, como uma anedota, foi comprar o tabaco da liberdade (?). Deixou um vazio, dentro, difícil de preencher, agora terá de se reposicionar com o que à volta vai acontecendo, subir e descer degraus, escolher referências, refazer ou criar novos lugares, novos amigos, apagar as marcas que lhe foram vincando o rosto ao longo dos tempos.
Nada há porque esperar, nem tem razão de ser, paulatinamente, se vai escondendo na aparência de que tudo está igual, com apatia, deixa-se abstrair do que foi, e do que ficou. Olha sem ver, caminha sem pensar, mastiga no ritual da mesa sem pensar nos alimentos. Perda de tempo. Melhor, como tudo na vida, é retemperar forças aproveitando para fazer o que foi posto de lado, avançar projectos e começar de novo. Como disse o poeta:

“O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura. E que a doçura que não se prova se transfigura noutra doçura muito mais pura e muito mais nova.”   Miguel Torga

dc

quinta-feira, 9 de abril de 2015

DEIXAS...

.....que os dias passem, houve talvez uma razão(?) para que assim seja, no entanto o tempo corre e não se encontra o caminho. O ódio está um passo do sentimento mais forte, o amor, por isso, neste momento, desejo que me odeias mais do que tudo, pois só desse modo terás a capacidade de entender que omissões e frases por pronunciar não fazem caminho, somente silêncio. Se em alguns casos o silêncio é de ouro, em outros... perdemos, na maioria das vezes, a consciência e a razão, Perante o conflito, restamos parados confundidos nas sombras, ficando na esperança que alguém abra a porta que fechamos e ventile a nossa alma.

Só quando se fala sem medo de perder, se pode ganhar de qualquer modo. dc

“ O Silêncio é um texto fácil de ser lido errado” Igor Cury

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

AS ONDAS DO TEU SILÊNCIO




Gostaria de saber como caminhar
sobre as ondas do teu silêncio,
como abrir o mar do teu peito,
e nele, ser viajante nos teus desejos.


Num amor sem preconceito,
ao nosso jeito.


Como a peça que fecha o puzzle
encaixando na roda da vida
que é a minha e a tua.

Amor sem dor, como o amor deve ser
e no passar dos dias a rejuvenescer

DC