É uma
voz que se apaga no iniciar da noite e chega pela madrugada augurando o dia. Não
sei se é fruto da minha imaginação, no acordar atordoado, ou há noite com o
sono a pesar. Uma coisa é certa, é uma voz que chega sempre na hora e sem
demora e no adormecer acontece, ou na hora do despertar prevalece. Já algumas
vezes pensei que era uma voz do “Além”, que chegava no seio do cansaço e
desmentia a minha realidade. Há momentos em que me aconchega e trás sonhos
dúbios que aparecem para me confundir com o que vivo, e fico sem saber em que
filme a estória está a acontecer.
A voz
na verdade sempre chega e se repete dia após dia, sem muito de dito que se
prolongue, mas resta o suficiente, para saber que fala comigo. A voz não se
liga na pessoa, não se lhe imagina figura, doce ela é, como tal serve para
confundir, se o sonho é realidade que está para vir, ou se é a realidade que
faz sonhar naquilo que se quer sentir.
A culpa é do silêncio, que me faz confundir aquilo que ouço, com aquilo que eu penso, quando meu olhar se perde naquele mar imenso e da vida me esqueço.
A culpa é do silêncio, que me faz confundir aquilo que ouço, com aquilo que eu penso, quando meu olhar se perde naquele mar imenso e da vida me esqueço.
dc