A voz se perdeu, especialistas
consultados, não lhe encontram solução. Dizem as más-línguas, que são as falas
guardadas, as desculpas não expressas, os remorsos, a depressão, as dores não
explicitadas toda uma série disparada de motivos. Adivinham-se médicos, das
maleitas dos outros, como se treinados pela experiência da cura das suas. Não
entendem a natureza humana, da perda da vitalidade do corpo, do cansaço do uso,
do arrastar das memórias, da pressão dos dias e da vivência. Filósofos da vida
alheia, de uma penada, dão sugestões de cura, opinando, como agora é comum
fazer-se, mesmo desconhecendo, ou investigando sobre. Felizmente, que a
persistência, o acreditar que a mudança, ainda tem espaço para acontecer, que
não existem limites para o sonho, para os projectos e realizações, que se sobrepõem
ao cansaço das vozes dissonantes e patéticas de figuras do nada.
dc