segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Agora, nada




Amor nascido
do nada
foste tu amada

Fruto sem árvore
Quatro pés sobra terra
Cabeça no vento

Húmida na madrugada
No beijo sôfrego
A pele arrepiada

Louco sentimento
Corrido nos dias
Vivendo o momento

Sem saber
Como tudo começou
De repente findou

Assumiu-se vazio
O corpo ficou frio
A mente em desnorte

Agora nada
O silêncio de morte
Fura a madrugada

No fim da estação
O túnel e a escuridão


dc




domingo, 4 de dezembro de 2016

Na minha lua está o sonho


 



Todos falam da lua,
Maior de todos os tempos,
Ninguém conhece
A dimensão da lua
Que abarca meus pensamentos

Na minha todos cabem
Todos falam
Na minha todos sabem
Todos se embalam
Na minha todos têm lugar
Todos ficam de olhos a brilhar

Na minha lua está o sonho
Sem dimensão de grande ou pequena
Quarto minguante ou crescente
Na realidade mais do que aparenta
Ou o sonho que sustenta
Ela é inspiração para seguir em frente.

dc


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

A vida é isto




Podia ser uma quarta, ou até um fim de semana, quem sabe se não fosse por engano, poderia ser um qualquer dia do ano. Poderia ser uma aventura, sem malícia, um encontro às escuras com regras às claras. Aconteceria e depois se veria, se valesse a pena talvez se repetisse, e o encontro do ano deixaria de ser por engano, passaria para outro estar, sem necessidade de acabar.
Não foi assim que aconteceu, ironia das ironias, a estória tinha pernas para andar, com os condimentos necessários, tinha romance, sentimentos e palavras de longo alcance. Infelizmente o avião caiu, ele morreu e a estória se perdeu. Trágico? Não, a vida é isto.

dc




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Não esqueças..




Se há coisa que desejo, é que não esqueças, que te lembres sempre de mim, para sempre de mim. Que eu seja, na tua memória, mais do que um passagem, mais de que um momento fugaz, Que eu seja uma marca eterna como diziam as tuas palavras. Foi bom ouvir, que fui diferente dos demais e que valeu a pena cada minuto que nos dispensamos, cada noite até furar o dia, cada dia se prolongando como se não existisse relógio ou tempo. Revelávamo-nos, descobríamo-nos por etapas como a querer sabroear cada descoberta com doce e champanhe, como se cada coisa nova, deixasse um perfume, um viver diferente entre nós, demarcando as descobertas umas das outras. Cada momento com seu registo, o motivo de recomeço na procura de outra e outra diferença e outra novidade, sempre crescendo, sempre ganhando espaço, no nosso espaço, prepétuando sentimenos indiscritíveis.
Sim houve coisas más, tristes, que doeram, mas para que falar nelas agora, se o que ficou apaga todo o resto. Por isso, passam os tempos, e de repente saltam para os olhos da mente, como um flashback, todas essas formas de amar, que guardo religiosamente como um segredo só nosso. Por isso, não te esqueças, mesmo que outras estórias aconteçam, a nossa, é memória que não se dilui através dos tempos.


dc