domingo, 12 de agosto de 2012

uM OlhAR VaLe MiL PaLaVrAs

Dizemos muitas vezes seguindo a letra da canção, “ai se os meus olhos falassem.. talvez a ti te contassem coisas que não conto a ninguém”, ou seja, diriam o que não queremos.
Na verdade mesmo que não se expressem verbalmente, os olhos na maioria das vezes falam mais do que as palavras, revelam mais, do que um qualquer alguém gostaria, como diz o poeta, são o “espelho da alma”.

Os olhos e alguns elementos anatómicos visíveis que o desenham ou ajudam a realçar do conjunto do rosto, como as pálpebras, as sobrancelhas, a íris, o nariz, a sua vizinha a testa, são elementos de linguagem não verbal que muito comunicam.

Olhos redondos, oblíquos, cerrados, semi-cerrados, abertos, olhos de peixe, enfim, olhos que transportam olhares perdidos, brilhantes, tristes, frios, distantes, meigos, doces, ébrios, drogados, confusos, alienados, firmes, assassinos, risonhos, raivosos, melados, sonsos, etc. Olhos e olhares das gentes não enganam, mesmo quando o corpo que os possui e a boca que comunica pensa dizer o contrário.

Não vale a pena nos fixarmos somente nas palavras para comunicarmos verbalmente, é importante que os olhos falem a mesma linguagem, abracem no mesmo abraço, beijem no o mesmo beijo, que toquem na mesma pele do mesmo modo que os dedos.

É nessa comunicação dos olhos que muitas vezes advínhamos o que não foi, ou devia ser dito, é neles que por vezes, descobrimos que o sorriso debruado no rosto é falso. É deles o grito de alerta acordando-nos para a realidade escondida pela aparência.

Para quê contrariar a verdade que dentro de nós grita, afivelando um sorriso postiço? E se deixássemos que os olhos falassem, com a mesma limpidez com que uma criança manifesta o seu sentir? É difícil mentir com os olhos.

Adaptando uma frase muito conhecida na publicidade sobre a importância da imagem na comunicação: Um olhar vale mil palavras.

DC
 

sábado, 11 de agosto de 2012

DEDOS E OS SENTIDOS


Suaves
Os dedos
Persistentes
Ardentes
acordam
segredos
no velo
aveludado
seguem
o caminho
dos beijos
molhados
lembram
desejos
de outrora
agora
saudados
levam
os sentidos
a amores
inesperados

DC


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

nA SoMbRA dO PassAdO

Vivemos o presente emocional na sombra do passado. enroscamo-nos nas suas vicissitudes, e trazemos para o dia à dia o seu inferno. como as grades duma prisão, todos aqueles  sentimentos enquadram nossos pensamentos, até que um dia, por constantes erros e acerto cheguemos à conclusão que temos direito a ter paz e momentos de felicidade. não sabemos quando será, mas um dia, romper-se-á a bolha, como que um aneurisma alojado em nossas vidas, que de repente, ou nos atira para o "outro lado", ou nos abre as portas à percepção, de quão fugaz é a existência para que nos matemos com as superficialidades da vida.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

cOMO Se FaZuM PoETA??





Não sou poeta escrevo pensando
Que as palavras devem ir rimando.

Isso não é poesia
são as palavras dançando
ao som da melodia
dos pássaros esvoaçando.
Falo do amor
de muitas outras coisas com dor.
Como uma martelada
bem dada na voz de um mau cantor
Escrevo de marmelada
Daquela com outro
doce em beijos molhados
e lábios tragados.
Junto palavras que falam paixão
e de outros males do coração
como saudade,
amizade
felicidade
muitas de solidão
e até do silêncio em palavras retidas
com medo da verdade
nelas contidas.

Tento dançar com as palavras
nelas esvoaçando
como pássaro cantando
No entanto me perdendo
neste correr do tempo
nunca sabendo
a fórmula secreta
de como se faz um poeta.


DC

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

DáMe MúSIcA quEuGoStO


Transformado pela novidade dos dias que sempre acontece, vou navegando na solidão assumida e no conforto daquilo que de outras paragens me chega.

Quando ouço música, não perco tempo(?) falando, seria um desperdício fazê-lo. Nem me ouviriam, nem me entenderiam. Por vezes falamos aos peixes, outras vezes falamos perdidos na esperança, de que as nossas palavras cheguem a ouvidos atentos, penetrem em cérebros interessados no que é escutado e sejam fonte de novo discurso futuro. É tão difícil comunicar, quando quem nos escuta não tem os auriculares da compreensão afinados e nos perdemos falando repetidamente. Dizem que o ser humano fala demais, se assim fosse o nosso aparelho de comunicação não seria uma boca, de lábios cheios, mas um bico seco de pássaro. E se não fossem as falas, o que seria dos escritores, tantos e bons que por aí proliferam, nem as outras ciências encontrariam caminho no registo da descoberta.


Seria injusto distrair-me da música para escrever ou falar, seria quase como cometer o sacrilégio de misturar coca-cola com vinho, estragaria este último especialmente. Não ouço música lendo, ou falando, perder-me ia no discurso em ambos os casos o que resultaria péssimo.


A frase “dá-me música que eu gosto”, um dito muito comum para chamar a atenção daquelas pessoas que gostam de ironizar, ou pretendem gozar, connosco. é uma ofensa à música e às palavras, mesmo quando por brincadeira. Nem toda a música é para dançar, e muito menos para “dar música”.

A música entra dentro de mim, agita os circuitos nervosos, enchendo-me de pensamentos diversos e enriquecedores preparando-me o caminho para o silêncio interior afastando a carga emocional que o esforço de comunicar nos obriga.

A música ao contrário de tantas outras artes é de uma abstracção quase total, e no entanto a sua comunicação é enorme, chegando bem dentro bem fundo na nossa sensibilidade. Será ela, talvez, a melhor forma de expressão artística, que nos ajuda a fazer entender outras manifestações de arte abstracta como a pintura, ou a escultura, aos olhos dos leigos, que espantados ficam observando, incrédulos, determinadas obras que se lhes deparam.


Ouvir música é uma acto único, ao qual a dispersão da concentração não lhe é favorável, daí não apreciar concertos, mas audições solitárias. Não faço questão,
  embora tenha algumas preferências, quanto aos “tipos”, géneros, e, ou estilos de música que existem, numa classificação tão polemizada, abarcando um leque imenso de gostos e pensamentos abstractos. Importante, importante é ouvi-la

Ouvir música, é sentir-me projectado para um templo onde não existem deuses, a existir distrair-me-iam. E eu quero viver a ausência de mundo, galáxia, ou seja lá o que for.


Quero ficar no éter em que os sons me levam.
"A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende." - Arthur Schopenhauer

domingo, 5 de agosto de 2012

PALAVRAS PARA QUÊ?


Além da qualidade do filme em si, a beleza da estória que ele conta. É difícil não ficarmos perdidos pelo encantamento. De morrer.

Tão bonito seria, ver algo semelhante entre seres humanos

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

NA BELEZA DAS IMAGENS


Na beleza das imagens
Se deduzem mundos e fundos
Levando-nos a outras paragens.
A pensares e saberes,
a prazeres mais profundos.
Por vezes corpos enleados
por vezes somente deitados
outras vezes flutuando
em inebriado perfume
de corpos somente amando.

DC