sexta-feira, 8 de agosto de 2014

MINHA FLOR AZUL




És o verde da minha esperança
És o azul que ilustra os céus
És a luz do sol e da bonança
És a terra rica dos sonhos meus.

Adubei, reguei, alimentei tua fome
Senti o crescer do teu perfume
E aumentares o teu volume
Tudo com um prazer enorme.

És a flor azul do paraíso
És a mulher onde repouso o olhar
És sol e bonança no meu juízo
És inspiração do meu amar
DC

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Um pé à frente do outro....



.....cautelosamente colocado, superando o desequilíbrio latente, em paralelo com a mente confusa que lhe desperta um sentimento de indiferença.
Nada o preocupa, ou o assusta, fecha-se em si mesmo mais do que é costume. Uma espécie de véu se instala, como se não quisesse saber mais do aquilo que de imediato lhe surge. Abstracta forma é este seu estar e existir, em que a distância entre o que vê, e o que sente, é enorme. Sente-se como que flutuando, na estranha sensação de levitar acima da terra e dos problemas. Nada tem importância, tudo tem importância, os ruídos que chegam, como que filtrados, não afectam esse marasmo em que se encontra, no entanto, são tão nítidos. Será esta a sensação daqueles que bebem em excesso, ou dos que se drogam? Também neles o mundo fica lá longe, distante daquilo que se gera dentro de si próprios?
Sente-se como um índio instalado em sua tenda, fumando cachimbo de olhos fechados e inalando os vapores que se emanam da fogueira. Também ele em transe, que o leva à descodificação da linguagem dos pássaros, dos ruídos da floresta, dos gritos do massacre dos seus antepassados. É um voltar ao passado sem a consciência de como surgiu esse caminho de regresso a longínquas vidas e histórias.
A sua vida é como uma profecia, vai surgindo nos dias, como por acaso, sem que consiga mudar-lhe o rumo.
O esforço de acertar a passada é cada vez maior. Não é só um pé à frente do outro, é aquela lucidez esquisita, que lhe faz ver os pormenores, como se fossem as linhas do desenho que ele próprio traçou. Os rostos que se cruzam pelos seus olhos, parecem fantasmas. Ele vê para além do que os outros vêem, sente-lhes o pulsar, sente-lhes a tristeza e a alegria, o amor e o desamor, a crueldade, a bondade, a indiferença, a descrença, e capta-lhes as almas carregando o fardo das suas vidas, e sente-as coladas à sua.
Não há como fugir, vai continuar deambulando. Só lhe resta esperar pousar os pés sobre a terra, sentindo a vibração do bater do calcanhar no solo e arrastar consigo a sombra que o sol desenha, como se esta lhe apontasse o caminho do renascer.


DC

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AFINAL que HOLOCAUSTO?



Alguém disse: é preciso força para transformar a raiva em algo positivo.
É preciso muita força para não reagir às agressões cobardes.
É preciso dupla força para ter filhos, e vê-los crescer debaixo de uma guerra
aprendendo com a dor da usurpação da terra onde nasceram, e ver transformar o lar ou de vivem, numa prisão permanente.

Se houve holocausto, o que se chama ao que se passa na Palestina? Que nome se dá a esta violência toda dos sionistas, que cria ódios e feridas irreparáveis na mente e nas almas deste povo. Como se podem educar crianças, que perante os apelos, de não violência vêem os pais, e outras crianças, por pura retaliação, serem mortos, agredidos e presos, só por que defendem os seus direito, a uma pátria livre e independente, e que sempre foi sua. Eles tiram-lhes, as terras e os bens materiais, mas pior do que isso rasgam-lhes a pele com violência, matam, destroem a vida das pessoas, especialmente das crianças inocentes, procurando esmagar o seu amor, os seus valores, os seus direitos, na ponta da bala. Tudo isto debaixo da indiferença, das grandes potências e dos grandes medias que relatam sempre a favor de um dos lados da contenda, Israel.
Como podemos passar ao lado disto com indiferença? Como seria, se nas nossas casas, nas nossas cidades e aldeias, nos tirassem tudo o que sempre tivemos, para entregar aos “senhores da guerra"?

Dá nojo a qualquer ser humano, que se façam estas jogadas politicas de protecção e de subserviência de governos e media, perante o regime dos EEUU e de Israel apoiantes desta guerra miserável contra o povo palestiniano. Terem sido vitimas do holocausto, não lhes dá o direito de serem iguais aos nazis e repetirem nos mesmos moldes perante os palestinianos.

DC

CAÍdo NA PONTE



Caído na ponte, sem esperança de a conseguir atravessar, deixou-se ficar exausto esperando evaporar-se.
Eis um recorte de um todo, que se transforma numa outra realidade.
É difícil atravessar a ponte entre o sonho e a realidade.


DC

sábado, 2 de agosto de 2014

DECLARAÇÃO DE AMOR


Qualquer lugar serve para se declarar um amor. Aqui, nas faces laterais de um escorrega, um jovem quis deixar um pequeno recado para que todo o mundo saiba, que nunca se esqueceu do seu amor.


DC


quarta-feira, 30 de julho de 2014

NA PALMA DA MÃO


Se todos pensássemos na importância das mãos na estrutura do corpo e o que elas permitem na formação da mente, dos nossos sentidos, na construção da nossa aprendizagem, na percepção do corpo, talvez as cuidássemos e lhe déssemos um melhor uso, e, mais e melhor aproveitamento.

São as palavras doces na ponta da língua e a ponta dos dedos na carícia de um desejo, de quem faz por nos merecer, que nos põem sentados na palma da sua mão.

DC



domingo, 27 de julho de 2014

Se esmorecem as razões




Levantou-se e sentiu uma estranha serenidade dentro de si. A decisão estava tomada nada o importava a partir de agora, tudo chegaria a bom termo. As patifarias do governo já não o incomodariam, nem as preocupações emocionais que tanto o sensibilizaram ao longo da existência.

Saiu de casa foi tomar o seu café, e deixou-se ficar a ler. O que lia já não fazia sentido não se preocupava de saber, ou fixar sobre os seu conteúdo como outrora, isso deixara de ter relevante, as últimas noticias tinham sido elucidativas. Hoje tudo se resolveria, nada tinha importância.


Chegou a casa com a regueifa que comprara, tirou um pedaço encheu-o de manteiga como gostava e com outro condimento escolhido. Sentou-se no velho sofá na sala recheada de livros, e foi mastigando lentamente enquanto agarrava com os olhos as lombadas dos livros que o rodeavam. Alguns tinha lido duas e mais vezes, cada vez era mais difícil lembrar-se dos seus conteúdos, lia esquecia-se nada havia a fazer, a tendência seria agravar. Ser um peso para os outros era coisa que não lhe agradava de todo.


Um sono estranho se foi arrastando para dentro de si, parara de mastigar e a mão pendia ao longo do corpo, tudo estava ficando mais leve...mais livre, o tempo deixara de contar...

DC