As lágrimas rasgam silêncios incrustados dentro do peito, memórias negras, que não se esbatem, dores que permanecem, raciocínios dúbios perante a incoerência.
Como explicar que o frio não
veio com o inverno, só resta este calor de inferno que não se vai. O frio é outro, aquele fininho que nos gela
por dentro, nos torna cínicos e nos traz ao rosto um “sorriso” como se uma
lámina o rasgasse para lhe alterar a forma. Alimentamos uma indiferença
escorregadia, que assusta quem de nós espera algo mais. Tudo fica para trás,
enquanto o tempo se derrete nos dias que passam, preparando o momento da
ausência, um pequeno ponto final numa estória menor.
dc
dc