Espero-te todas as manhãs.
Mas até elas se vão esgotando,
e lentamente amornando
o sabor dos lábios teus
Na dureza da vida ousamos justificar
a ausência dos abraços, como se ela fosse um Deus
Como se quisesse acabar com o verbo amar
Sem ter que explicar, como ela trás o adeus
No cansaço do dia matamos a alegria
Nada fica nada se escuta
deixando morrer a permuta,
a troca de emoções.
Ficamos pacíficos a sentir e ver,
aquilo o que nos enriquece, morrer.
Tudo em nome de tudo, matando
tudo o que em nós floresce
e que mesmo se amando
com o tempo desaparece.
A verdade, por vezes encoberta, por palavras evasivas
Torna tudo mais cruel e faz criar novas feridas
Como seria bom falar de nós, de ti, no nascer da madrugada
Beijar-te, na doçura do tempo, que raras vezes nos liberta,
caminhar construindo tudo do nada
partindo para a vida, em permanente descoberta
Sem comentários:
Enviar um comentário