sábado, 10 de dezembro de 2011

POR QUÊ, A PERGUNTA?

Fica no silêncio. A pergunta está feita, ela põe em causa, interroga, como se quisesse saber porque razão os peixes vivem no mar.
Sim o silêncio é uma distância enorme no presente de um diálogo, é a distância certa, é mais do que uma espera, mais do que uma resposta, é o desgosto, é a tristeza do não reconhecimento de quem somos e de facto valemos para quem nos interroga. Porque o silêncio interroga-nos por dentro de quem somos.
Só resta impedir que as palavras se soltem, as frases se construam, e a resposta saia crua, sarcástica, colocando a distância necessária. O sentimento é maior do que a pergunta.
A memória solta-se e trás um passado recente luminoso de pequenas vivências que no presente se solidificam e emocionam, por isso o silêncio.
Sabes, as ruas são pequenos galhos de uma árvore imensa que abrange o mundo onde vivemos. Nelas andamos saboreando cada prédio avistado, cada lugar recôndito, cada pessoa que se movimenta preenchendo e florindo o espaço da nossa caminhada.
Gostar, amar, adorar não são frases soltas, são sentimentos que se expressam, mesmo sem que as mãos se toquem, mesmo que os lábios não se beijem, mesmo que não estejam no mesmo espaço... como se explica? Pode-se explicar a origem da terra e sua envolvência astrológica, mas não se explica a origem do Universo rotulado como Deus.
Sabe-se das emoções que nos correm nas veias e estimulam a mente, ao ouvir a voz, ou ao avistar da sua figura na distância, ao lembrar o beijo, a carícia. Corre-se por amor sem cansaço. Por amor os olhos brilham, o coração se agita como querendo soltar-se do peito. Tudo se desvanece, ou desaparece para além da razão daquele sentir.
Por quê a pergunta?

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