Ouvi
As palavras agrestes,
Desconexas, violentas
Continuando no seu zumbir
Não são frases com letras
São palavras com sentir
Surgem como setas
Doem no seu fluir
Ele tomba, rola, enleia-se
Vomita-se nas palavrasMerda. As frases existem
Fica-te surdo à sua violência.
Espera as palavras amigas
Que exprimem outra essência
E mandem a dor às urtigas
Parte com fúria, mas não gritando
Não deixa que rolem lágrimas
A cólera se irá afastando
Pela primeira vez, fica-te firme
Sem temer as rugas na expressão
Deixa ao corpo que não se redime
A dor de tão grande paixão
Fervilham pensamentos
Desconhece o que os alimenta
Lembrando-lhe tais momentos
E a dor que o atormenta
No rosto sorrindo, a couraça
No silencio a mordaça
À mágoa que dentro de si quer calar
Não há tempestade sem bonança
Para fazer serenar o mar
Na verdade
Se calhar,
Só saudade
por ter de acabar
quinta-feira, 3 de maio de 2012
OUVI PALAVRAS AGRESTES
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Foto: Diamantino Carvalho
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