terça-feira, 19 de junho de 2012

TEIA DO SILÊNCIO


Hoje só me resta o silêncio. Perdi-me, não sei encontrar as palavras certas para comunicar. Fico parado olhando o vazio esperando a centelha que me acorde da mesmice de todos os dias. O tempo passa sempre no mesmo ritmo e sensaboria, com as mesmas preocupações, os mesmos dissabores e a a mesma azia, tudo coisas requentadas pela repetição. Por vezes, sentado no velho sofá da casa, de perna cruzada, resto sem saber se vale a pena continuar, esperando que algo aconteça que me aqueça o coração e me conforte a existência.
Olho os livros esperando que na lombada um título me desperte, que me projecte para a leitura de um outro pensar, que me ajude a recordar a razão pela qual estamos neste presente, que me acorde para a realidade e me faça acreditar que a vida é um conto com um final feliz.
Assim acordei neste dia enevoado de 2011 e não sei se isto tem cura, mas sei que a continuar assim ... só me resta a loucura.

3 comentários:

  1. Foi assim em 2011, como pode ser em 2012 no dia de hoje, ou em qualquer altura. Estamos sempre à espera que algo (novo) aconteça na nossa vida, para por um termo à mesmice, e pior mesmo é quando esperamos que os outros façam algo por nós! "Tá queto!"...

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  2. Só tu tens a chave que te permite voar.
    Liberta-te dos teus fantasmas.

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  3. A mesma azia, faz-nos inertes.
    Levanta-te do sofá e grita, implora pela luta e luta com estoicidade.
    Assim foste, assim és, assim serás!
    Beijo meu!

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