segunda-feira, 23 de julho de 2012

NA PRAIA COM MEU NETO


Hoje fui à praia com o meu neto e deliciei-me. A forma como me apareceu vestido de calções e t-shirt, boné na cabeça na cabeça, mochila às costas, preparadíssimo para ir para a praia, deixou-me de olhos brilhantes tal era a sua felicidade.
Na viagem, dentro do carro, começou a falar do tempo dizendo que o “dia tinha o sol bom”, que havia “outros de vento que num apetecia a praia”.

Chegamos, o estacionamento da praia estava cheio, manifestei em voz alta o meu temor de ter lugar para o carro, Ele dizia, “é temos de ter”. Encontramos um espaço já no extremo do parque e ele todo vibrante dizia, “vês vô eu disse, eu disse que arranjavas lugar”.

Em plena praia ao colocar-lhe o protector solar em spray, dizia-lhe para fechar os olhos, que ele fechava com força e depois perguntava “já posso abrir, já vô?”.
Depois foi um fartote de brincadeira, fugindo das ondas, rindo de satisfação com os baldes de água salgada – brrr fria — pela cabeça abaixo, a seu pedido, o gozo de encostar as mãos frias ao meu corpo. As suas mãos infantis enterrando-se na areia, agarrando-a atirando-a ao mar. Os seus gritos de alegria a correr para se molhar, vindo atrás de mim para me molhar atraiam o olhar das pessoas que sorriam com a sua alegria e que me deixava completamente “babado”, tal era comunhão entre nós.

Já na toalha os seus olhitos piscando pelo incómodo do sol, a mastigar bolachas, tinha um sorriso malandro ao questionar-me sobre as minhas preferências, para ele poder ficar com as que tinham mais açúcar, de vez em quando bebia um golo de água da garrafa, enquanto isso, eu olhava-o pensando como ele assumia entre nós uma atitude compincha e partilha.

Não pudemos regressar a casa sem que fossemos primeiro ao “nosso” Jardim das Sete Bicas comer um “geladinho” que ele fazia questão de saborear, ficando no final, como qualquer criança, com gelado espalhado por tudo o que é cara e mãos, acabando tudo no lavatóriO com muita água.

Foram duas horas de pleno gozo emocional. Determinando em mim a necessidade de manter vivo e activo, para aproveitar o mais que puder o desfrute de tais momentos e se possível deixar-lhe as melhores memórias para quando definitivamente ausente.

Mal saberá ele a satisfação que me dá sempre que pronuncia aquele “Vô?”

22JUL2012

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