domingo, 23 de dezembro de 2012

NA VASTIDÃO IMENSA DO CÉU...



NA vastidão imensa do céu, o caos das nuvens nos alertam para tempestade que se avizinha, nada estava previsto de igual modo todos nós fomos apanhados na corrente do Universo.

Quem somos nós, os falantes? Porque assumimos este corpo, esta pele, esta mente? Quem somos nós no seio de um Universo que nos sabemos inseridos? Mas qual Universo, porque lhe chamamos tal?

Que certezas temos de que somos mais do que alguém, ou menos de que um qualquer ninguém, que por sinal assim pensamos por desconhecer.


Olho a imensidão do mar e fico-me perdido sem saber o porquê de tal grandeza. Olho o céu e perco-me nas estrelas, aquelas luzinhas que me fazem lembrar casas de Aldeia perdidas nas serras, onde existe a consciência de haverem mais, mas não fazem parte do todo.

Interrogo-me no absurdo, procurando saber porque somos falantes e não ladrantes, ou piadores como passáros voadores, ou até guelrreados peixes em mares diversos. Quem decidiu? Quem à luz da razão entendemos ter construído espécies. Que razão se deve a massa de que somos feitos, as razões do nosso sentimento, das nossas iras, dos nossos egoísmos? Dizem, somos humanos e eu pergunto-me que raça é essa de onde surgiu, se nem percebemos porque tudo se pariu.

Por momentos abstraio-me de mim próprio saio do meu corpo e olho-me envolvendo-me. Tento ver as figurinhas que desenho nos espaço sempre que me locomovo, tento ver-me próximo dos outros e qual a minha interacção com os vizinhos concomitantes. Pasmo de ignorância, não sei a razão de quem sou e ao que venho, nem porque neste mundo eu existo. Mundo? Qual mundo, se o conceito é meu, e de outros que assim lhe chamaram, dando-lhe abrangência maior do que as nossas mentes podem abarcar?
Não, não estou louco, eu penso-me ínfima bactéria no emplastro doentio da existência e daí questionar das razões de tanta violência se todos ignoramos de onde nascemos, onde estamos e porque partimos para um qualquer lugar.

Riam-se do absurdo destas congeminações, é melhor, talvez se caíssem no mesmo erro do que eu, possivelmente seriam internados num qualquer hospital psiquiátrico, acusados de esquizofrenia súbita.
DC

1 comentário:

  1. Gostei desta prosa.
    Afinal, será que Deus existe?
    Finalmente uma crónica onde não falas de amor!

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