É de dentro, não é visível, vai-nos comendo sem nos aperceber-nos. A desilusão se vai instalando aos poucos nos interstícios, matando toda a crença de mudança. Não existe um fio condutor que torne o presente numa etapa. Vive-se como numa bolha de sabão que a qualquer momento nos explode na cara. Está tudo escrito em tinta transparente, da qual não há código, nem modo de tornar visível o que foi elaborado. Por vezes, se pergunta sobre que o está esperando e não encontra resposta. Os dias decorrem com um sol cheio de sombras, como o entardecer que adentra a casa.
Um grito enrola-se na garganta. A música, com som baixo, enche o espaço, atenuando o silêncio e trazendo uma maior intensidade nas emoções.
Os livros não trazem as respostas, fecharam as palavras nas suas páginas, e é difícil adivinhar, qual deles terá o conteúdo adequado ao momento, ter de memória o eles contêm, Os quadros preenchem as paredes, com toda a sua estrutura estética, o amor com que foram pensados, e o prazer na sua execução, Os móveis, são arrumos decorativos de restos de vida, cumprem a sua função, morrem nisso mesmo. O que resta afinal a não ser o silêncio, e pensamentos a fervilhar, sem encontrar respostas.
Não há projectos, nem distâncias temporais, tudo voga no vazio, na indiferença dos dias em que o presente, é só isso mesmo.
DC
segunda-feira, 29 de abril de 2013
O PRESENTE, É SÓ ISSO MESMO
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