terça-feira, 24 de setembro de 2013

AO mergulhar..




.... meu corpo nas águas, fugia da estreiteza da terra, Eu queria lavar, apagar a violência da tua posse, e a mágoa de sentir, ainda em mim, as marcas da tua passagem.

Olho o espelho irregular que me reflecte e não me reconheço, perdi meu rosto, desde que te vivera em mim, Restava a forma, o volume, a aparência de quem fora, Por dentro só a dor correndo no sangue, no ciclo infinito enquanto vida.

Serei mais uma caso de estatística, que não afastará teu cheiro, a pressão dos teus lábios sobre os meus, o peso do teu corpo e as tuas mãos imperiosas explorando e arrancando-me a roupa.

Odiei-te no primeiro momento por descobrires a minha fraqueza, enlouqueci de prazer e desejo quando me tomaste em pleno, tornei-me submissa, e acabei envergonhada pela cedência.

Lavo-me agora despindo-te da minha pele, liberto-me de ti, e afundo-me lentamente na água fria onde me deixo escorregar bem fundo na procura da paz que me roubaste.

DC



1 comentário:

  1. Realmente, nada se perde, tudo se transforma. Isso também se aplica aos momentos vividos...

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