terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Nem pela idade, Nem pela distância.



O Dezembro surgiu, trouxe mais frio, e um sol que brilha mas não aquece. As árvores hesitam entre o finalizar do Outono e o iniciar do Inverno, Folhas amarelecidas que não caem, outras que teimosamente se mantém verdes e um tapete amarelo torrado onde os pés se afundam num estalejar quase sinfónico para os ouvidos.

O casal ali sentado no banco de madeira, vestidos sobriamente e bem agasalhados, integram-se naquele cenário frio e matinal, De mão dada, conversam animadamente olhos nos olhos, entre sorrisos e beijos parecem dois pássaros arrolando paixão, no seu piu piu de acasalamento.. um olhar mais atento veria a mala de viajem pousada junto ao banco, Qual deles chegara?

Se nos pudéssemos aproximar sem sermos vistos, certamente ouviríamos as frases que trocavam e as razões do brilho dos seus olhos.....” a amor ainda bem que regressaste... pena foi, por saberes que estava doente?”... “ soube da tua doença quando me encontrava de regresso a casa.. Vim porque tinha saudades da mulher que eu amo..”.

O cabelo comprido, que surgia abaixo do chapéu, na cabeça dele e o cabelo solto descaído sobre os ombros, nela, relatavam a sua idade...branco de neve de acordo com a temperatura, mas longe do calor do seu amor que o decorrer dos anos não se diluíra ...nem pela idade, nem pela distância.

DC

desenho: Francesco Jacobello

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