Caminhei largas horas, no meio do arvoredo, sentindo a terra fofa debaixo dos pés, Um autêntico tapete de folhas terra e areia.
Os galhos despidos, quase fantasmas, quase corpos sem roupagens, lembravam-me, tão nu quanto eles. Como braços esqueléticos desorganizados, pareciam reclamar o próximo renascer da Primavera. Enquanto olhava, pensava e reparava na sua capacidade constante de renascerem, Mais atentamente, olhava aquela árvore que possuía uma espécie de sóis, possivelmente carregados de sementes, para que a sua espécie sobrevivesse. Observava, mas tudo isto, como que hipnotizado. Como se explicava, aquela calma que ia entrando em mim, com o meu pensamento caminhando sempre para tão longe?
Eu procurava o sentido do mar, para mergulhar meus olhos no seu horizonte infinito, e deixar que as lágrimas com ele se confundissem. Queria mitigar a dor, que me oprimia, mas perdera-me no circulo enorme que fizera. Acabara por conseguir encontrar um pouco de mim que estava perdido algures há muito tempo, distraíra-me tentando agarrá-lo, para que também não me deixasse. Nesse angústia de fugir de mim, mais uma vez a natureza me fizera regressar ao local de partida, com o aroma dos pinheiros e o cheiro do mar como bússola.
Já não te encontrei na minha praia, partiras como outras tantas vezes, agarrada aos teus silêncios, e com a palavra saudade como reserva.
Maravilhosa natureza, que nos escreve imagens e momentos únicos. Nela encontramos alegria de estar, de viver e paz dentro de nós, nela muitas vezes reencontramos a seiva necessária para retomar novos rumos.
DC
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Maravilhosa natureza
Etiquetas:
Foto:Diamantino Carvalho
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário