quinta-feira, 27 de março de 2014

A CASA AMARELA



Na Casa Amarela estava contido o sonho, o projecto. Simples na arquitectura, na dimensão intimista, nela a esperança de que voariam, Mesmo não sendo verde, seria um atravessar da ponte para outros destinos. Valeria a pena carregar a mochila e trazer os tarecos, para a encher de gente de risos e gargalhadas, Seria a proximidade desejada, o retorno à origem.


A
Casa Amarela foi ocupada, antes que o vento da novidade chegasse. Não se sabe por quem, mas de certeza alguém, que sem saber lhes roubou as gargalhadas e o projecto, ficando com o verde do jardim, com mais esperança que o amarelo das paredes da casa que os iluminou.

Hoje pensam, se seria a
Casa Amarela suficiente, para que o projecto se realizasse.

Não seria de certeza uma casa amarela que se perdera, que os impediria atravessar as pontes e chegarem ao porto seguro, em que se diziam recolher. Ter um gato, um lugar para dormir, um sol ao acordar e um mundo de coisas a descobrir, não depende de uma casa amarela, por muito que nos dê calor, Sempre poderiam pintar com o amarelo do seu contentamento, se o desejássem, uma outra casa qualquer, Ou comprar uma tenda amarela de cinco quartos...talvez até uma simples barraca pintada à cor, qualquer solução seria suficiente, para que o gato ronronasse, a criança brincasse e a lua nela entrasse iluminando de amarelo as quentes noites. Isto é, "se eles quisessem" nem o peso das mochilas, nem dos tarecos, atrasariam o atravessar das pontes, nem o amarelo seria cor suficiente que os impedisse de realizarem o seu projecto.

Não conseguir uma
Casa Amarela, pode ser um aviso à navegação sem bússola, a descoberta de uma outra realidade, a necessidade de encontrar mais tempo, mais cores, e descobrir-nos a nós próprios. Uma vida não se decide por um objecto e sua cor.


DC

SET.2013


1 comentário:

  1. "Uma vida não se decide por um objecto e sua cor"...mas por Amor

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