terça-feira, 12 de agosto de 2014

NÃO BASTA MUDAR DE LUGAR





Os anos vão passando sem que se refaça. A espera tem sido longa e a busca para se reencontrar tem sido difícil. Enfadonhos os tempos mortos, com que enfrenta os dias. Não há Primavera nos seus olhos, nem sol que o aqueça, só Outonos e Invernos frios, Continua preso nas grades invisíveis, que foi colocando entre si e todos os outros, reservando-se ao seu silêncio.

Um dia, quando guerrilheiro de seu amor, perdeu as falas da ternura, as noites de vigília de abraços e beijos, as conversas sobre os novos amanhãs, que naquele tempo de revolução se misturavam, Ficou sem chão, as crenças e a inocência se desvaneceram.
Restam as marcas profundas, como ferimentos mal curados, que no passar dos dedos do tempo se tornam demasiado presentes.

Quantas falas novas se projectaram, meias palavras se soletraram, sem que as “coisas” acontecessem.. por uma “coisinha assim...”. Só resta esperar, que um dia num tropeço do caminho volte acontecer, e que aquela “coisinha” que falta, esteja lá.

Talvez não baste a mudança física do lugar, talvez seja preciso mudar por dentro, para não trazer acoplados resíduos inconvenientes, que impedem que a luz entre. É preciso um sol do meio dia de sombras mais reduzidas, que aclare o corpo, alimente a mente e aqueça o coração.

DC

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