domingo, 7 de dezembro de 2014

MÃOS DE MÃE



Mãos de mãe de trabalho duro, de pele áspera, marcadas pelas muitas horas, lavando roupa no tanque, passajando, engomando, cozinhando, limpando e mantendo a casa asseada, as refeições sempre a horas, tudo para manter os filhos e marido, asseados e capazes para trabalhar para o sustento da casa.

Mãe, "doméstica" de profissão, em tempos que não tinham quaisquer direitos. mas que trabalhavam de igual modo de sol a sol.

Mãos de mãe e de exemplo de povo, que sempre foram as mães deste país, naquele outro tempo, e que se espera as mães de hoje, sintam essa necessidade serem povo de igual modo.

Mãe que protegia pelo medo de perder os que amava, mas sentia a necessidade da conquista da liberdade para eles.

Mãos de mãe de caricia áspera, mas sempre desejada, porque senti-lo era quase um acontecimento, tal era a rudeza da vida, a falta de tempo e o excessivo cansaço. Mãe ternura no gesto de ajustar a roupa que vestíamos, de nos arrumar o cabelo, nos costurar das roupas na velha máquina Singer.

Mãe defendendo as crias, com a língua educada e afiada. Mãe que chorava as nossas lágrimas e por causa das nossas lágrimas.

Mãos de mãe que se perderam, se afastaram irremediavelmente à largos anos e que sempre nos deixam uma dor aguda quando lembrança. Existe sempre o vazio da tua ausência.

DC

Sem comentários:

Enviar um comentário