domingo, 8 de março de 2015

As MULHERES conhecem os dois lados


O sol sorriu no céu azul e fez-me sorrir. Tirou-o do sério, afastou-o do pesadelo atormentador da noite.
Já no café, frente a uma meia de leite e regueifa com manteiga, ritual de fim de semana, sentia que não estava completo, o sol trouxera-lhe o sorriso e o seu calor, mas não tinha os seus olhos, a sua boca, o seu cheiro, o seu cabelo claro emoldurando o rosto, enfim não estava ela, restava-lhe olhar nos rostos macilentos que não o seu, que tornavam a sua ausência ainda mais sentida.
Enquanto esperava, olhou a capa com os livros, que sempre o acompanham, (com um, dois..três ) com diferentes escritas, com diferentes, estórias, ou temas, para se adequarem ao seu estado de espírito no momento. Abriu um deles e pensou: “será o ideal para este dia da mulher que se celebra?” E começou a ler alguns pedaços:

Jung disse: “Onde reina o amor, não há vontade de poder; e onde domina a vontade de poder, falta amor.” .... “O amor cooperativo compreende duas realidades indivisíveis, não a ideia romântica de duas partes complementares, que procuram a plenitude. O amor cooperativo significa dois indivíduos iguais, independentes e autodefinidos que optam por ficar juntos e trabalhar suas diferenças.”

Leu e parou pensando no significado e na importância do que lera, e amofinou consigo próprio, tais eram os pensamentos controversos que se colocavam à sua forma de agir. Não podia parar por aqui, mais teria de saber e foi lendo, e, mais abaixo dizia:

“ As mulheres são geralmente mais ligadas aos outros que os homens. As mulheres gostam de falar sobre sentimentos e relacionamentos. As mulheres conhecem os dois lados da desigualdade: a superioridade de ser mãe e a inferioridade de ser mulher. As mulheres, por outras palavras, têm qualidades que são as ideais de nos ajudar a encontrar o nosso caminho para igualdade de relacionamentos.”


e por fim como rematando:
“Comunicar ao outro aquilo que sentimos é uma das melhores maneiras de garantir que não há essa acumulação de raiva reprimida, propiciadora de actos destrutivos.”


Esta era uma das suas formas de pensar a mulher, podia não ser a melhor, no entanto entendia, que para além de reivindicar direitos iguais no trabalho e na sociedade, era importante falar do que sempre dói, as relações a dois.
Nada mais restava naquele momento se não pensar, que o dia estava lindo e adequado à celebração do Dia da Mulher.


DC


Textos:em itálico extraídos do Livro: O Lado Escuro do Amor , Jane G. Goldberg

Sem comentários:

Enviar um comentário