segunda-feira, 4 de maio de 2015

composição MÚSICA em CHUVA MAIOR

Ouvir música, enquanto a chuva, lá fora, escorre dos céus e bate nos vidros com o seu matraquear monótono, impede que a inutilidade se aposse de nós, enriquecendo o espírito. Deixo-me ir ao encontro, das notas que desconheço, da melodia que as suporta e de pensamentos desordenados que vão surgindo, num contínuo, sem princípio nem fim, enrolados na brisa das horas que nos vai bafejando o tempo....

- o domingo decorre, sem escutar missa. Só a regueifa amanteigada e o café com leite da manhã, fazem a diferença. Não haverá o cheiro do assado domingueiro, nem, após o almoço, o “passeio dos tristes", num lugar à beira mar, ou dentro das paredes do centro comercial da moda, rota habitual das gentes -

...a música enleia, a voz, lança no ar um texto numa língua que não entendo, bebo-lhe a emoção e limpidez das suas notas. A música, que serve de mote para o momento, repetir-se-á vezes sem conta, como se a intenção fosse gravá-la no pavilhão auricular e se repercutisse no cérebro. Fixa-se como tonalidade de fundo dos pensamentos, lenta, tranquila, inebriante, relaxando e tirando o peso ao corpo fazendo-me navegar imensidão imponderável do universo. Se assim não fosse, talvez a loucura me esperasse à porta de um qualquer minuto da existência, fazendo-me desperdício declinável.


dc





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