Grades Invisíveis
Somos prisioneiros
de nós próprios, evitamos o desejado e tantas vezes ambicionado com medos e
convenções, Fazemos por ter a aparência do que não queremos, e gostaríamos de
ver a léguas, Afinal, não pensamos em nós próprios em relação à vida que
gostaríamos de viver, dizemo-nos livres e deixamos que as amarras nos mantenham
confinados aos limites e constantemente não realizados. Ficamos em nosso canto
encolhidos com receio do fracasso, de assumirmos os nossos gostos, os nossos
amores, os nossos desejos, as nossas preferências.
Nunca foram tão
livres como quando se amavam sem barreiras, vivenciando todos os momentos como
se não existisse, mais do que o agora. Nada fora tão bom como naqueles tempos,
em que só eram dois decidindo o tempo, em que vibravam com as mais pequenas
coisas, em que se digladiávam para que cada um fizesse mais perante o outro para
que usufruíssem em plenitude.
Não arriscaram, o
medo tolheu-os, Assumir o que somos é sempre difícil, quando se tem em cima de si
as tais convenções sociais, o emprego, ou desemprego, a satisfação da
materialidade quotidiana. Preferiram deixar correr entre os dedos, a força do
amor que tinham para não enfrentarem os problemas os tolhiam; Se a idade era propicia, se os filhos gostam, ou querem, se os avós toleram, se os tios se
chateiam, se amigos percebem, se os vizinhos estranham e até se gentes da terra
reparam, como se as gentes da terra, não tivessem mais para onde olhar, se não
para eles. Tudo temendo, agarrados a ancestrais hábitos retrógrados. Tal eram
os seus receios, que temiam conversar sobre as hipóteses possíveis para que
elas não contrariassem o que temiam...e assim se foram derramando pelo inóspito
caminho dos impossíveis, das discussões, das imposições, dos temores e se afastando,
procurando inconscientemente justificar o canto onde se escondem... .
dc
SET2014
Sem comentários:
Enviar um comentário