Sempre que sentia a distância
procurava fazer-se mais perto, procurava atenuar a voz seca que magoa. Temia
que todos os momentos de alegria se perdessem na confusão das afirmativas, de
cada um, na necessidade de se imporem. Tinha momentos que sentia objecto de uma
solidão que não a sua. Talvez por ausência dum projecto, de um estar onde a pele se cola na pele dos
sentimentos e necessidades, sem a primazia para qualquer um, onde a palavra
sacrifício não faz parte do rol do seu sentir, antes uma palavra vinda de
fora que obriga a criar resistência e sobreviver. Na sua forma de gostar o
sacrifício não tinha lugar, Pelo contrário, muito mais, mas mesmo muito mais, seria o prazer duns braços que fossem mais comprimidos e o abraçassem para além do
corpo penetrassem em espiral dentro de si, e chegassem ao seu coração
alimentando seu bater, com calor do seu amor.
dc
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