Uso-a como outra pele, defendo e
protejo-me do reconhecimento doloso, de tudo o que de verdade me identifica,
por dentro e por fora.
Sou proscrito da desavença, dos entendimentos, só na planície me entendo, na
sua imensa dimensão, É ali onde posso tirá-la, ser, é ali que me cai o subterfúgio, não
preciso de outro perfil que não seja o próprio, Não me comovo, nem me comovem,
não sou levado, nem me levam, não existo, nem dou existência. Sou eu e, como
dizia o outro, sou um Zé Ninguém, não dos submissos, antes um que se afasta do
ventre social, escondendo as rugas que marcam os anos e a piedade forçada.
Não é preciso a existência de uma efeméride para que aconteça, nem festa pagã,
ela já faz parte do quotidiano de muitos, dos quais eu fujo, para que não me
incomodem, pois embora não a usem, como eu fisicamente, a afivelam no rosto com
a sua hipocrisia.
dc
Nem mais!
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