Desfiz-me da hora para não
contar os minutos e perder segundos.
Desfiz-me da hora para que não
seja certa, para não contar horas de apego,
minutos de tristeza, segundos de desassossego.
minutos de tristeza, segundos de desassossego.
Não quero olhar os relógios
sejam eles de sol, de pêndulo, de sala de parede, de pulso, da estação, do
restaurante, do aeroporto, do tablier do carro, do forno, do microondas, sejam
analógicos, electrónicos, digitais, minúsculos ou maiúsculos. Muito menos
relógios que marcam diferentes horários de acordo com os respetivos continentes
onde estão.
Recuso-me a medir o tempo que
decorre, que me perturba, me acelera e me angustia. Quero que o tempo seja
demora, para que a noite seja mais longa e que o amanhecer dure uma eternidade,
tendo-te entre meus braços. Não quero um medidor de tempo que me rouba as horas
de ti, me impede de te ver pausadamente, de saborear cada momento contigo.
Recuso-me a olhar um relógio que me tira o tempo, que me rouba as horas de
viver, os minutos e segundos encurtando os poucos momentos que temos como
nossos. Os medidores de tempo enganam, quando te espero, as horas minutos e segundos duram eternidades,
quando te tenho junto a mim eles correm a levar-te para longe. Quero-te sem medir o tempo, para sempre, como as coisas boas devem ser.
dc
Sem comentários:
Enviar um comentário