quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Uma pegada no areal do sul



Há sempre uma pegada nas nossas vidas, uma marca de registo da nossa passagem por algum lugar, ou alguém.
Deixamos pegadas no chão da casa de banho, no ladrilho ou na toalha, no mosaico da cozinha, na alcatifa, no areal da praia e do rio, na beira da piscina, na mata, na relva do jardim, na terra húmida, no cimento fresco do pavimento, no alcatrão. Feitas por pés descalços, calçados com sapatos, com meias ou sem, de sandálias, chinelos, Umas mais leves, outras mais profundas, sempre fica essa marca de passagem, que nos identifica como seres humanos. Há pegadas que ficam dentro de nós, ou dentro de outros, no coração, na pele, na mente, na vida e seus dias. Há momentos que as pegadas repetindo caminhos, desgastam a superfície que pisamos, nos desgastam a ira, a impaciência, o pensamento, as ideias absurdas, os maus presságios, o procurar soluções.
Tantas vezes percorremos o chãos, passeando impacientemente tentando acalmar e descobrir, o por quê, dentro de nós, que quando nos apercebemos, as arestas agressivas já foram alisadas, a razão da nossa caminhada já se encontra longe, e só pensamos em dar seguimento ao que de bom fizemos ou ainda queremos fazer. 
Tudo tem solução só a morte é inevitável. Ponderar faz-nos amadurecer e é a forma de encontrar o rasgo que nos permite ser agéis na circunstância.
O caminho faz-se caminhando, o destino que queremos será o menos importante, se soubermos aproveitar e enriquecermos o que somos nesse caminhar.

dc



Sem comentários:

Enviar um comentário