quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Longa é a espera




Parada, com a parede colada nas costas, fico olhando pela janela o luar que se vai pronunciando na noite, procurando descortinar entre as sombras que se colam nas paredes da rua, se algures estarás tu. O relógio estabelece o ritmo sinalizando as horas com o seu tic tac, ban ban, passou uma hora, tic tac, tic tac, tic tac, ban ban, outra hora que se foi,  até que o sono e o cansaço me tomem e me levem para o leito vazio onde não estás.
Espero-te noites sucessivas e não chegas. O meu corpo, desde que te ausentaste, arrefece um pouco todos os dias perdendo o calor intenso do amor com que me tomavas por inteira, premiando-me os dias, como se cada dia fosse o último. Tenho medo, a tua imagem vai-se diluindo e as memórias se vão reduzindo, ou sendo alteradas, instalando a dúvidas naquilo que fomos. Tenho medo que seja um pesadelo repetitivo, onde me encontro à deriva, confundindo a minha necessidade de amar com realidade que tu és.

dc

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