Parada, com
a parede colada nas costas, fico olhando pela janela o luar que se vai
pronunciando na noite, procurando descortinar entre as sombras que se colam nas
paredes da rua, se algures estarás tu. O relógio estabelece o
ritmo sinalizando as horas com o seu tic tac, ban ban, passou uma hora,
tic tac, tic tac, tic tac, ban ban, outra hora que se foi, até que o sono
e o cansaço me tomem e me levem para o leito vazio onde não estás.
Espero-te
noites sucessivas e não chegas. O meu corpo, desde que te ausentaste, arrefece
um pouco todos os dias perdendo o calor intenso do amor com que me tomavas por
inteira, premiando-me os dias, como se cada dia fosse o último. Tenho medo, a
tua imagem vai-se diluindo e as memórias se vão reduzindo, ou sendo alteradas,
instalando a dúvidas naquilo que fomos. Tenho medo que seja um pesadelo
repetitivo, onde me encontro à deriva, confundindo a minha necessidade de amar
com realidade que tu és.
dc
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