domingo, 17 de junho de 2018

O tempo urge




Ao rosto acrescentou-lhe o sorriso, quase esquecido, arranjou os cabelos, vestiu-se de leveza e caminhou com os sapatos de tacão fino, arredondando a anca, pisando o solo como se flutuasse.
Na incerteza, não sabendo que caminho o outro escolhera, decidiu partir procurando um outro lugar e outras gentes, para encontrar na diferença a calma necessária, para traçar novos rumos, novas experiências e encontrar respostas, aos passos dados, às emoções. Manteve a porta escancarada tempo suficiente para que ele entrasse retomando o seu lugar, ao não fazê-lo, assumiu a sua confissão de desistência, passando uma esponja de tinta invisível sobre que existira. Da sua parte abandonaria a casa de ambos, fechando as portas e tomando rumo em direcção ao horizonte desconhecido.
Há situações que pedem tempo para madurar, entender e perceber, mas após isso, não se pode ficar na eterna esperança, fechando-se à possibilidade e oportunidade de algo de bom que possa surgir. Carpe diem

dc

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