Aquele exercício de olhar nos
olhos, ao cruzar com as pessoas, para encontrar “aquele tal olhar”, que fosse além
do ver, talvez fosse resultado de um romantismo empedernido, perdido, esperando
que um qualquer brilho diferente, falasse da linguagem certa. Foi decorrendo o
tempo. Se olhares aconteceram, não foram tão claros como julgava, ou então já
não mobilizavam, nem estava mobilizado para que acontecesse. A época das
aventuras, em que um piscar de olhos, era suficiente para motivar um novo
romance, assumisse ele a versão de “sério”, ou colorido, com as cores do arco-íris
na negridão do céu, já foram. Então acomodou-se, fechou a porta, passou a usar
óculos invisíveis capazes de tudo uniformizar, num preto e branco sem meias
tintas. Seus olhos deixaram de ser o anúncio de tristeza e da
falta, ou de querer encontrar respostas que não cuidavam surgir; passaram a ser
um espelho baço sem a alma dos afectos.
A estrada é a direito, sempre em frente, ao encontro do inesperado que possa surgir, ou não. Endurece-se no correr dos anos, o frio das emoções entranha-se até aos ossos, existir é um facto, viver não é uma certeza.
A estrada é a direito, sempre em frente, ao encontro do inesperado que possa surgir, ou não. Endurece-se no correr dos anos, o frio das emoções entranha-se até aos ossos, existir é um facto, viver não é uma certeza.
dc
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