É a sua forma de meditar. Esconde-se nesse
lugar escuro e desconhecido, que lhe permite encontrar-se a si próprio. Ali só
as mãos, tocando em si próprio, percepcionam a sua existência, o pensamento
divaga a sós. Nesse lugar de segredo, viaja dentro das mentiras na procura de
verdades, relaciona os dados, sente os cheiros que nem pensava existirem, apura
outros guardados na memória ilustrando-a, Os ruídos têm uma maior importância
quando isolados do mundo comum, aqui perdem-se, O ruído está dentro de si e na
sua respiração. Vive esse deserto exclusivo, onde nem plantas sobrevivem, precisa
saber como consegue aguentar o passar do tempo.
Vezes sem conta, vai bem fundo, até perder
a consciência de onde se encontra, procura o “nonssense”, a solução, o entender
da razão de ser quem é, neste circular de anos que vão correndo. Tenta perceber
a razão da vida, se existe um destino possível, ou são os seres humanos, que pouco
criativos, preferem acreditar nesse fim programado. Na verdade, o fim se
aproxima a passos largos com tantos momentos irrealizados, tantas horas sem
sentido, muita alegria perdida, nesse mutismo irracional que as circunstâncias
frustrantes portam, tanta riqueza de sentimentos ilustrando o caminho que se
percorre.
Naquele lugar, não havia mundo, existia ele e as circunstâncias que escolhera, para se perceber a si próprio e o que o arrastava para fundo do poço. Continuou olhando lá longe, persistindo na ausência, tendo o mar como lugar de repouso para absorver tudo e serenar.
Naquele lugar, não havia mundo, existia ele e as circunstâncias que escolhera, para se perceber a si próprio e o que o arrastava para fundo do poço. Continuou olhando lá longe, persistindo na ausência, tendo o mar como lugar de repouso para absorver tudo e serenar.
dc
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