Embarcar na “jangada” é o
meio possível quando pretendemos sair da ilha deserta. Sabemos que arriscamos a
vida, mas que não morremos num lugar ao abandono. Vemos o mar forte batendo,
vemos a fragilidade da estrutura que construimos, não há outro caminho se não
arriscar. Sobreviver pode ser tarefa difícl perante o mar imenso, mas pior
seria ficar estático esperando a morte chegar de mansinho ou enlouquecer,
rodeado de fauna e flora desconhecidos, olhando um horizonte que não muda.
Arriscar nestas circunstâncias é vital, e a tomada de decisão também. É
preferível a jangada tosca, à falsa esperança, de que um dia qualquer, surja no
horizonte um “barco” pintado, bonito e legendado que nos salve. Por vezes,
fugindo da labareda insana que nos persegue nos corredores das vivências que
nos incendeiam por dentro até à loucura, temos necessidade de fechar os olhos e
lançar-nos das alturas para a água gelada.
dc
Sem comentários:
Enviar um comentário