segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Embarcar na "jangada"



Embarcar na “jangada” é o meio possível quando pretendemos sair da ilha deserta. Sabemos que arriscamos a vida, mas que não morremos num lugar ao abandono. Vemos o mar forte batendo, vemos a fragilidade da estrutura que construimos, não há outro caminho se não arriscar. Sobreviver pode ser tarefa difícl perante o mar imenso, mas pior seria ficar estático esperando a morte chegar de mansinho ou enlouquecer, rodeado de fauna e flora desconhecidos, olhando um horizonte que não muda. Arriscar nestas circunstâncias é vital, e a tomada de decisão também. É preferível a jangada tosca, à falsa esperança, de que um dia qualquer, surja no horizonte um “barco” pintado, bonito e legendado que nos salve. Por vezes, fugindo da labareda insana que nos persegue nos corredores das vivências que nos incendeiam por dentro até à loucura, temos necessidade de fechar os olhos e lançar-nos das alturas para a água gelada.

dc



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