quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

14 Fevereiro




Olho, esses teus olhos mareados e profundos, sinto-me diluir dentro de ti, como a água que bebes. Primeiro nos teus lábios e na tua boca por inteiro, depois, escorrendo por dentro até chegar bem fundo, espalhando-me fazendo parte de todo o corpo, transformando o nosso ADN. Fazemos a osmose do encantamento, pele na pele, boca na boca, mãos nas mãos, cada vez mais um só corpo, um respirar, um falar da mesma forma e seu entender. Não quero perder essa vertigem que nos torna bioidenticos, encaixando todas as células e pequenos átomos como tivéssemos nascido de um mesmo ventre, mas não irmãos. Existes, como se não existisses, porque existimos um, no outro. Talvez a isto se chama amor.

dc

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