Olho, esses teus olhos mareados
e profundos, sinto-me diluir dentro de ti, como a água que bebes. Primeiro nos
teus lábios e na tua boca por inteiro, depois, escorrendo por dentro até chegar
bem fundo, espalhando-me fazendo parte de todo o corpo, transformando o nosso ADN.
Fazemos a osmose do encantamento, pele na pele, boca na boca, mãos nas mãos,
cada vez mais um só corpo, um respirar, um falar da mesma forma e seu entender.
Não quero perder essa vertigem que nos torna bioidenticos, encaixando todas as células
e pequenos átomos como tivéssemos nascido de um mesmo ventre, mas não irmãos. Existes,
como se não existisses, porque existimos um, no outro. Talvez a isto se chama
amor.
dc
dc
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