quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

“Oh! Avô, é a vida”




Os anos passam a correr, de um momento para o outro, onze anos se passaram. Aquele bebé bolachudo de cabelo encaracolado, se transforma num jovenzito, que deixou o blá blá, e já tem resposta na ponta da língua. Agora não aceita com facilidade que coloquemos contenção, no uso dos telemóveis, no computador, ou nos tempos que perde a ver televisão. Se por acaso, fazemos qualquer referência de algum exemplo nosso, ou aconselhamos determinados comportamentos, ou a inadequação de determinados termos, sempre responde: “Oh! Avô, é a vida”, e depois usando uma certa ironia, brinca perante o meu olhar severo: “Oh! meu avozinho querido”, e abraça-me.
Temos alguns gostos em comum, cumplicidade e partilha de ideias, como passear à beira-mar, a paixão por tudo o que são canetas, lapiseiras, lápis de cores, aguarelas, enfim tudo o que dê para escrever pintar e desenhar. A fotografia é outro ponto comum. Gosta bastante de fotografar, o que fazemos a dois com alguma frequência. É um prazer apreciar o seu empenho na escolha do tema, tem qualidade nas opções, inconscientes, de elementos de composição, como enquadramento equilíbrio de cores e espaço, e até, na sua adaptação de cores para preto e branco.
Tirando aquelas “rajadas”, que me lembra que está na idade de quem quer sair do “armário”, no resto é dócil meigo, interessado e bom aluno.
Fazer anos, para ele, é uma alegria enorme pelo prazer de receber lembranças e ter gente à sua volta e o famoso bolo com velas. Com razão, é este o momento em que deve ter esse prazer de celebrar com empenho, lá chegará o dia em que fazer anos será bem “chato”, por que é mais um ano que se envelhece. Até lá, parabéns, importante é manter a alegria, empenhar-se na obtenção de saberes e o prazer de viver e conviver com família e amigos.
dc

Sem comentários:

Enviar um comentário