quinta-feira, 4 de julho de 2019

Quatro tempos num só momento


Levantei a cabeça e vi-lhe o sorriso, esperando-me na saudação do reencontro, as palavras, ficaram-me enroladas, a língua perdeu-se na boca que não era minha.
Alterara o percurso, sem saber o porquê, os passos adivinharam a hora e o lugar. Ela de pé, debruando o topo do portão com os braços, estava em espera sem o pensar.
No negro que a vestia, pela primeira vez lhe observei o corpo, fora preciso um acontecimento nefasto, para me deixar meio absorto.
Ah! se as palavras me saíssem da boca, com a intensidade do seu olhar eu faria uma declaração de amor, que tragasse o céu e alongasse a vida até ao mar.

dc

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