Levantei a cabeça e vi-lhe o sorriso, esperando-me na
saudação do reencontro, as palavras, ficaram-me enroladas, a língua perdeu-se
na boca que não era minha.
Alterara o percurso, sem saber o porquê, os passos
adivinharam a hora e o lugar. Ela de pé, debruando o topo do portão com os
braços, estava em espera sem o pensar.
No negro que a vestia, pela primeira vez lhe observei
o corpo, fora preciso um acontecimento nefasto, para me deixar meio absorto.
Ah! se as palavras me saíssem da boca, com a intensidade
do seu olhar eu faria uma declaração de amor, que tragasse o céu e alongasse a
vida até ao mar.
dc
Sem comentários:
Enviar um comentário